domingo, 14 de junho de 2009


Conseguirias compreender uma alma que se nega a revelar-se?

Que mesmo estando às voltas com o melhor de seus amigos, ou a maior de suas paixões é incapaz de falar de seu passado, de suas íntimas inquietações?

Que sempre acaba por transparecer um conceito contraditório à realidade

Por seus feitos em momentos de entorpecimento alcoólico?

Que às vezes congela-se por completo a vagar em mundo que nem ela mesma consegue distinguir que encantamento lhe opera e lhe faz tão extremamente encarcerada?

Que apesar de em outrora não crer que novamente fosse haver essência que lhe distanciasse da liberdade que há tanto almejava e idolatrava

Vê-se entregue a uma alma que de imediato pareceu-lhe um encantamento fugaz

E momentaneamente tornou-se uma das razões de suas alegrias

E que ao contrário e distanciá-la da liberdade que tinha

Tornou-a uma nova forma de viver, passar os dias e as noites

Que lhe deu um novo sentido ao ser “livre”

De modo que a faça crer fielmente que não há forma mais doce e encantadora

De viver, de estar realmente livre de qualquer perturbação, de qualquer medo,

De qualquer lembrança passada que a possa dispersar-lhe de seu âmago

Ou de seu ímpeto de viver intensamente, compreenderias?

Esta alma talvez jamais conhecerá melhor alguém como a si mesma

No entanto permanecerás a tentar alcançar continuamente seu momento solene de conhecimento íntimo

E o momento em que após reflexões profundas e eloqüentes os entregará

Aos espelhos que inspiram seus mais intensos sentimentos...